Qual a credibilidade de um guia gastronómico feito por uns tipos que fabricam pneus de borracha?




A 19 de Setembro de 2012 escrevi neste blog que o Chef Leonel Pereira era um pouco como o Sporting, uma vítima das arbitragens. Mas passado mais que um ano sinceramente, e sem analogias desportivas, mesmo que acertadas, acho uma puta de uma injustiça o que a merda do guia Michelin anda a fazer ao Leonel Pereira.
Bem sei que normalmente um restaurante que tenha uma estrela Michelin e troca de chef a perde. Sei também que existem excepções. Uma delas no próprio São Gabriel, que manteve a estrela aquando da última mudança de Chef antes do Leonel. O Aimé manteve a do Avillez quando foi para o Tavares. Mas mesmo assim, não é aqui que a minha dor de corno bate na ombreira da porta. Aliás, alavanca-se na lógica inversa. Ou seja, o Leonel perde a estrela, que não era dele, no São Gabriel porque o guia Michelin não sabe se vai conseguir manter o perfil e o registo. Ok.
Porra, então se for por aí, e sente-se a dor de corno a crescer, quantas oportunidades já deu o Chef Leonel ao Guia Michelin de o recompensar com uma estrela? É que só assim de mão beijada revejo o Leonel a atingir patamar de estrela michelin umas 5, 6 ou talvez mesmo sete vezes.
Dói não dói? A mim dói e não tenho nada a ver com isso.
Como tal, não tem qualquer mal perder esta estrela do São Gabriel, se não tivesse perdido também a oportunidade de ter uma estrela michelin no seu currículo há pelos menos uns bons 5 anos.
O Avillez, coitado, também não passa daquilo. Mas sei que tem chama e talento, nem que seja para um pouco mais.
Depois saímos do rectângulo damos por nós a perguntar retoricamente:
- Então isto é que são duas estrelas? E isto 3? Muito bem.
É fodido ser Português em Portugal. Já ser estrangeiro em Portugal parece render um pouco mais no campeonato das estrelas Michelin. Mas o melhor mesmo é nem português, nem Portugal.

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