Crónica de uma indigestão anunciada.

Foi preciso passar quase um ano e meio para LAE se dignar a escrever um post a dizer que esta chafarica fechou as portas. É um pouco como aquelas decisões de tribunal, que são enviadas para casa, em que o Senhor Pereira, dono de um restaurante, é condenado a 3 meses de prisão por ter servido gato por lebre. Aparece uma senhora muito velhinha à porta que diz: - O Senhor Pereira morreu há um ano e meio atrás. Isto para aqueles que se deram ao trabalho de reparar. Para todos outros uma pergunta se impõe, quando um blog não publica um post durante um ano e meio, é porque não foi de férias ou porque decidiu dar um tempo. Isto fechou, Ok? Chega de cá voltar, não têm roupa para apanhar? Hoje esteve um bom dia para secar. Mas enfim, LAE fartou-se de andar a distribuir porrada, a maior parte justa, diga-se. Mas fazer o quê? Em terra de prato cheio, pouco interessa a porcaria que vem lá dentro. Desde que venha cheio. E mais cheio de idiotice e labreguice que este blog será difícil de encontrar. Por isso, em jeito de apanhado, diria que foi um sucesso. Falou-se de gastronomia e comer nos Açores como nunca se falou. Registe-se a invenção de não sei quantas palavras novas, muitas blasfémias metidas como um prego a martelo, para aí umas 120 analogias com putas, bares de strip e objetos sexuais e muita insinuação libidinosa. Tudo isto à mesa. Não me admira que tenha sido um sucesso. Não tão grande ao ponto de me baterem na rua, o meu objetivo último, mas não andei lá longe com uma crónica sobre a Escola de formação Turística e Hoteleira que gerou uma reação fortíssima por parte dos leitores e da própria Escola. Ainda hoje há pessoas que me falam nesse post: - Epá....aquele post estava maravilhoso. Ao que eu respondo respeitosamente: - Meu....ultrapassa isso. Tens filhos pequeninos lá em casa, tu toma juízo. Também me relembro quando tive a puta (só para matar saudades) da ideia de fazer sete posts, em sete dias, sobre sete sandwich’s e que teve um feedback quase nulo para a trabalheira que deu. Ia cortando os pulsos a um porco preto, mas a coisa passou-me e hoje em dia tenho lá em casa um lindo presunto. É complicado lembrar-me daquele que será o meu post favorito, pois acho todos uma grande merda. Daí tirar duas conclusões. 1. Pelo menos deve ter dado algum gozo a escrever. 2. Obrigado pela paciência. Não teria a mesma paciência, nem comigo próprio. A primeira vez que li um post no blog foi também a minha última. Que coisa sem interesse. Mesmo assim, continuei a escrever, sabe-se lá porquê. Agora despido da roupa de LAE, encontro-me no blog Ilha da Mãe, continuo aqui e ali a falar de comida. Ainda hoje postei sobre douradinhos. Mas também falo de alguns temas de grande interesse para mim: filosofia de 50 escudos, ténis feminino, política de vão de escada e economia de palavras. Como sempre nivelado por baixo, com muito cheiro a rum, putas, suor, lágrimas e patcholi. Se querem aprender alguma coisa, comecem por um passo muito simples: Façam o favor de não aparecer. http://ilhadamae.wordpress.com/

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