O Colesterol continua em alta. Já em Julho e Agosto podemos atingir novo máximo histórico.

Luís Anton Ego não podia voltar às lides da escrita, se é que isto se possa considerar escrita. Porque para mim, isto não passa disto. Mesmo assim, não podia regressar a “isto” sem falar de um dos posts mais polémicos deste blog, e que foi sobre a Escola de Formação Turística e Hoteleira. Poder-se-á pensar que há algo de síndrome de Tourette nesta atitude, até porque o assunto está morto e enterrado, apesar de logo na altura em que publiquei o post já fedia a Alcatra há 4 meses fora do frigorífico. Então porque é que, quase por reflexo incondicionado, volto a abordar este assunto? Primeiro, porque não estou aqui para falar da comida ou do serviço do Restaurante Anfiteatro. Estou aqui, pago, a peso de ouro, pelos anúncios que a Google coloca no meu blog, como poderão constatar, para falar de ideias. Sendo eu um homem de ideias e trabalhar no mercado das ideias e conceitos, sempre que vejo uma excelente iniciativa não deixo de ter inveja. Inveja boa. Não chega para me consumir por dentro, porque isso quem consome é o molho holandês e a maionese. Mas faz-me querer ter sido eu a ter esta excelente ideia. Mas não tive. A escola comemora os seus 10 anos. O ovo de Colombo, (Raio do homem nunca cozinhou um e tem direito a por o seu nome num ovo. Não mereceriam muito mais o René Redzepi ou o Ferran?) é juntar a este número redondo a 10 chef’s, em 10 dias. Bolas, até o presidente da Escola merecia um nome num ovo por uma ideia tão simplesmente brilhante, e que tem todo o potencial de ser estruturante para o desenvolvimento da gastronomia açoriana. Já sei que o senhor do Aliança e outros que tais rir-se-ão, com ironia, neste momento. Aqueles que sabem ler, óbvio. Mas quer saibam ou não, a verdade é que eles não compreendem. Ainda me lembro quando o Chef Baena explicou a técnica Sous Vide numa apresentação no Hotel mais feio de Ponta Delgada, Açores, Portugal. O descrédito, a maneira como abanavam a cabeça em negação e até o sarcasmo nos seus sorrisos, como soubessem alguma coisa para além de virar bifes e fritar batatas, deve ter feito o Baena pensar que se endereçava a um bando de primatas. Pena ter trazido a máquina de Sous Vide em vez de amendoins e bananas. Enfim. Para eles não há esperança, pelo menos sem lobotomia. Agora a esperança do 10 Fest vir a ser um evento estruturante para a nossa gastronomia, é mais que a cobertura de chocolate negro do fudge do Colégio 27. No outro dia estive na Escola, num evento totalmente confeccionado pelos alunos e de fato o futuro não é negro como chocolate, mas verde como os pastos onde as nossas poucas vacas IGP se passeiam. Foi uma excelente amostra e provou-se que há uma fornada de talentosos chef’s prontos para a luta. Na lama é certo. Mas prontos. O 10 Fest conseguiu um cartaz impressionante. Diria que estabelecendo um paralelo com outros festivais de música, o cartaz do 10 Fest dá 10 a zero a qualquer um. Até à Maré de Agosto. Os Chef’s são de topo, dos topos em Portugal. As ementas serão de inspiração regional e com produtos de cá. Por isso, só quem não quiser aprender e evoluir é que não o faz. Parabéns Escola por me proporcionar, enquanto açoriano, esta experiência nota 10 em 10. Porém é importante traçar uma fronteira entre o que é um evento sócio cultural ligado à gastronomia e um evento de promoção turística. 600 Jantares, 60 x 10, jamais serão por definição um evento estruturante para o desenvolvimento do turismo nos Açores. Menos o será ainda quando nem potencialmente 1% destes 600 jantares serão vendidos a turistas, quanto mais a turistas que cá quisessem vir de propósito para o evento. É estruturante? Sim. É. Principalmente para a gastronomia dos Açores. E depois quem sabe, um dia, ainda distante, possa a nossa gastronomia ser um atributo de venda. Mas ainda falta muito para lá chegarmos. Até lá, venha o colesterol, que hoje é em dia é quase como um índice de felicidade.

Comentários

  1. Um dia... houve uma cromo que achou que devia... fritar chicharros!
    nesse dia esse cromo deve ter sido olhado de lado por muitos senhores também.

    Ou seja.
    Sem inovação, não há tradição.

    Caramba! este jargão é tão bom que não pode ter sido eu a inventá-lo!! :p

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  2. Soa mesmo bem!
    Fui ao Google e não deu grandes resultado. Regista isso, porque de fato é bom.
    Vou pensar em alguma coisa com chicharros. ehehehehehehe

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  3. Olha, pelo menos divertiste-te. A ver se para o ano estou por aí. Para comer é claro.

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  4. Manda-te. O Aimé correu particularmente bem. Ou excepcionalmente, diga-se.

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