Destruindo Mitos como forma de vida.















Antes de entrarmos pela destruição de alguns mitos, vamos entrar pela destruição do Bistro de L.A.E.
Foi decisão recente do Concelho de Administração desta chafarica fazer obras no Bistro de L.A.E. A razão, pois há sempre uma razão envolvida, mesmo para a nova subida dos impostos, por mais incrível que isso possa parecer.
Neste caso, a razão parece-me mais plausível que qualquer medida de austeridade lançada pelo engenheiro: a clarabóia que alumia a sala de jantar tinha uma enorme infiltração. Uma asneira também ela obra de um outro engenheiro, se não o mesmo.
Os mestres são uma praga só comparável aos gafanhotos ou ao escaravelho japonês. Antes de angariarem o cliente tudo é possível e rápido como o estalar de dedos que aprova o trabalho.
A partir daí é o inferno. Qual praga, quando entra em casa, primeiro que saia. Tentei a defumação a exorcização e nada. Uma intervenção de duas semanas, vira de cinco semanas. O que antes era fácil, passa a ser difícil (depois). E o que custava 100, acaba inevitavelmente por custar 200.
De quem é a culpa? Dos mestres anteriores, que fizeram tudo mal.
É uma espécie de namorada que achamos graça por ser engraçada e irreverente. Passados alguns meses a graça de ser engraçada e irreverente passa a ser a desgraça de não ter graça nenhuma e ser irreverente.
Isto deixa-nos à porta da Pizzaria Fantasia nos Mosteiros, que de graça também tem muito pouco, para a destruição maciça e cruel de mais um mito.
Sempre que se fala em restaurantes italianos nesta ilha há sempre alguém que diz....hummmmmm mas a Pizzaria dos Mosteiros é que é.
A linha entre o que é um restaurante e uma casa de saúde é de facto muito ténue. Mas hey, é uma linha. Está lá para quem quiser ver.
Quem me perdoem os Stevie Wonders gourmet desta ilha, que se sujeitam a uma sessão de tortura psicológica para comer o raio de uma pizza.
Sinceramente e com todo o respeito, preso muito mais o sofrimento dos judeus no holocausto. Primeiro porque não foram eles a querer ir jantar fora, foram jantar a casa deles e partiram aquilo tudo. E em segundo lugar porque são um povo discreto, jamais se sujeitariam (ao contrario de nós, bárbaros) a serem mal tratados por descendentes do Mussolini.
A Pizza que é supostamente boa, é mediana. As combinações simples de matriz italiana estão lá. As massas são um pouco aldrabadas, longe de serem más, também estão longe de serem boas e limpas.
Reparem, que num acto de alguma inteligência, que não é apanágio de L.A.E, mas ouvi outra pessoa a dizer e achei que ficava bem nesta desfiada de lógica:
Se somos tratados como somos, porque haveriam eles de nos tratar melhor gastronomicamente?
Ah ah. Bingo. Nem mais.
É claro que não podem. Ou por momentos vamos ter uma assomo de ingenuidade e pensar: são umas bestas no trato, mas são uns amores na confecção.
Bullocks.
Não é restaurante, não é pizzaria, não é casa de pasto, não é curral. É uma casa de gente doida, que deve ter sido posta num barril com alcatrão e penas ao largo de Itália e fruto da casualidade (para nosso azar) veio dar à costa dos Mosteiros.
Quem já tenha viajado gastronomicamente por Itália sabe e percebe ao nível que eles estão. Mesmo que só se tenham dado ao trabalho de ir ao Casanostra em Lisboa, que é consistentemente um dos melhores restaurantes italianos em Portugal há 20 anos, sabe a que nível está este boteco dos Mosteiros.
Infelizmente e aos poucos temos vindo a perder o Ponsi, que seria o restaurante mais próximo de cozinha italiana, em matriz fast food, pastas e pizzas. O que nos deixa sem qualquer referência de comida italiana em São Miguel.
É pena. Para L.A.E a comida italiana é das melhores do mundo. Pureza de ingredientes e sabores. Simplicidade acima de tudo e produtos sazonais. Deixo a nota que cogumelos de lata não é um produto sazonal. Lamento a decepção.
Já que falamos em fast food e mitos, aproveito que venho dos Mosteiros cheio de fome, pois não me serviram nem um canto de pão na Fantasia de Pesadelo, e vou ao Maurício.
É tarde e só o Cais 20, que não merece mais do que 9, e o Maurício estão abertos. (Que é outro problema da nossa restauração: É moça casadoira. Deita-se cedo)
Como L.A.E não vai ao Cais 20 há mais de um ano e pretende continuar esta boa pratica por mais uns anos, vai que o famigerado, famoso Maurício dos Cachorros entra neste miserável escrutínio que é ser falado neste pasquim, onde as palavras circulam à mesma velocidade que as doenças sexualmente transmissíveis circulam num bordel.
Mas porque é que os cachorros do Maurício são melhores que qualquer outro?
Isso gostava L.A.E de saber? Se alguém souber este é o meu e-mail: luisantonego@gmail.com
Que o Maurício poderia estar num circo a fazer habilidades com uma tenaz e três ou quatro salsichas na grelha, é verdade.
Mas não é por isso que vemos focas ou cavalos anões a servirem cachorros na avenida.
O que era bom, pois preferia muito mais pagar aquela porcaria de cachorro com um cubo de açúcar do que com dois euros e meio.
O que faz confusão a L.A.E sendo o cachorro do Maurício tão mau como o do lado, ou da foca amestrada, porque é que as pessoas fazem fila no dele e outros estão às moscas?
Porque estão bêbadas.
É a única explicação que consigo encontrar. Os equipamentos são similares, os fornecedores são os mesmos. A merda da salsicha que é horrível, produzida industrialmente com pilancas de gordura de porco é a mesma. Então o que há de diferente do cachorro do Maurício?
Nada. Absolutamente nada.
E L.A.E vai mais longe com a ajuda do Maurício. O fenómeno, porque é mesmo um fenómeno, prova a qualidade do nosso palato, do nosso gosto e do nosso nível gastronómico, que rondará a primeira casa abaixo do zero.
Quando nos deixamos iludir e estamos numa fila com 10 pessoas à frente para comer a mesma porcaria de cachorro que comia ao lado sem ter que esperar, provado está que nos deixávamos levar como crianças perante um palhaço malabarista.
A diferença é que não pagamos para comer os cozinhados do palhaço.



Comentários

  1. Ufa, finalmente! Eu a pensar que estava sozinho nessa contenda de dismistificar o mistério mauriciano e eis que aparece o discernente LAE a colocar tais cachorros na sua verdadeira categoria de "cachorros tão maus como os outros, só que elaborados de jeito espampanante". E muitos são os devotos de tal porcaria. Chamá-los de bêbedos é um elogio.

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  2. Tu não estás bom! definitivamente!!! Pizzaria dos mosteiros? dahhhh aquilo é para loucos ( e de loucos).
    LllllooooooooollllLL
    Quanto ao cachorro do Maurício só dizes que são iguais aos outros porque não os provaste... quando comeres um cachorro com o repolho mole, ou o pão duro ou a batata rançosa, ou isto tudo ao mesmo tempo, é que poderás apreciar o cachorro do Mauricio. Claro que para isso também terás que gostar de lamber chinelos, mas hey! antes um chinelo lavado que um a cheirar a cholé!!

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  3. É mesmo isso. O cachorro do Maurício pode ser uma porcaria, mas os outros nem a esse nível chegam.

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  4. Isso é que é nivelar por baixo.. raios.. São Miguel é assim tão mau? Nem um Cachorro quente decente se consegue comer?

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  5. Ó Roh... o LAE é membro do Guia Michelin. As opiniões dele são dogmáticas. Muitos restaurantes franceses e novaiorquinos receberam 3 estrelas devido ao palato/sensibilidade do LAE. Só nos resta baixar a cabeça à passagem do LAE pela restauração açoriana. Depois de analisar a restauração açoriana a pente fino, fala-se por aí que o LAE vai abrir um restaurante muito bom. Tão bom que o guia michelin, a título inédito, vai atribuir a este espaço uma 4 estrela (só para restaurantes que não merecem estar neste planeta). Oxalá que o LAE nunca se veja obrigado a fazer o que o chef Bernard Loiseau fez em 2003!

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  6. L.A.E tira o chapéu ao anónimo esboço de crítica destrutiva via intelectual. Foi um prazer ler estas linhas, quase com uma ansiedade infantil de perceber se ia ser coisa boa ou má.
    A liberdade de expressão é uma coisa linda. Por isso, atendendo à elevação da crítica, L.A.E nem se vai dar ao trabalho de responder ou contra argumentar.
    Porém, uma coisa é certa: jamais poderei chorar pelo caro anónimo como chorei pela morte do Chef Bernard Loiseau.

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  7. graves erros de português serao perdoados17 de outubro de 2010 às 03:56

    O problema é a salsicha !

    A primeira vez que tentei a aventura gastronomica do cachorro, tinha bebido 3 caipirinhas (talvez 4) depois de ter comido aquilo como uma bulimica pensei e jurei « nunca mais ! »
    Como é possivel comer salsichas conservadas em frasco com agua?!!! Pelo menos em França temos as salsichas de Francfort ou de Strasbourg (e outras)… e mesmo assim a salsicha è um alimento muito estranho…

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  8. Eu apoio LAE. E sei que não ergue critíca em vão. Se LAE diz que o cachorro é apenas quente, eu acredito piamente que sim.

    Não podemos estar sempre a nivelar por baixo. Usar o mínimo denomimador comum para nos confortarmos.

    Bah!

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