Silly Season todo ano excepto Agosto e dias santos.















De regresso às lides da escrita, L.A.E traz algumas promessas para reentré. Se há coisa que não queremos é um politico sem assunto sério e claro, um blog deste nível a dizer o que quer que seja com o mínimo de interesse. Estas são as linhas orientadoras para a época 2010/2011.
1. Aproveitar as promoções de regresso às aulas para comprar lápis e canetas para o escritório.
2. Acabar o especial Paris.
3. Provar que neste blog, que se ausentou em plena Silly Season, que a Silly Season aqui é todo o ano, excepto Agosto, dia de Natal e Ano Novo.
Há que reconhecer duas coisas que aconteceram neste sabático mês e que me marcaram profundamente, à excepção da normal falta de Sol nos Açores.
1. A certeza que o Boca de Cena é um flop.
2. O poder inspirador da viagem em Paris, destilou em novas e interessantes receitas, que se passearam com nível e elegância por alguns jantares de Agosto.
Pondo já de caras a boca no trombone, L.A.E passa a explicar porque é que aquela cena, nem pode ser categorizada como restaurante. Está um pouco como a Sangria está para o Vinho. Pode ser muito má, mas como não é Vinho, ganha direito a um campeonato próprio. O das sangrias. É por aí que está o Boca de Cena: no campeonato dos aleijadinhos. Porque vinho não é. Garantidamente.
Quem lê este blog regularmente, para além de sofrer de profundos problemas psicológicos derivados da auto-flagelação que é ter que o ler, também já sabe muito bem que com menor ou maior incoerência e piada fácil existe um critério. Uma linha que separa um restaurante de todo o resto que serve comida para encher o bandulho.
Infelizmente, é com alguma tristeza que percebo que de fome não havemos de morrer (apesar de o merecermos), mas viver uma verdadeira experiência gastronómica também está cada vez mais complicado.
Avisado, consciente, atento criterioso, L.A.E queria ir ao Alcides comer um bife. Porquê? Porque é certinho como um relógio Suíço. O bife está a sair no ponto, a garrafeira está nos mínimos e o serviço é cheio de equívocos, mas para o nível de cá até se safa.
Mas não. Alguém, que não vou dizer quem, (pois já basta uma pessoa a querer fazer-lhe mal. Eu. ) insistiu em lá ir.
- Vamos ao Boca de Cena que é giro! L.A.E já lá tinha ido duas vezes e tinha jurado que não seria estúpido para cometer o mesmo erro pela terceira vez. L.A.E é estúpido. Mais uma certeza que aqui fica.
Diz-se que comer um bife no Alcides é como fazer amor com uma bonita mulher, ou homem. Depende dos gostos. E também se diz que uma oportunidade perdida para fazer amor jamais é recuperada. Podemos ter outras hipóteses, mas aquela foi perdida de vez. Tal como aquele bife que L.A.E tanto queria trincar. Virão outros, mas daquele que não comi, não me esqueço.
Primeiro, enquanto o Alcides tem um serviço com alguns equívocos, no Boca de Cena não há espaço para equívocos porque pura e simplesmente não há serviço.
Uma forma pragmática de resolver o problema, mas que infelizmente anula qualquer esboço de restaurante que seja.
Quando L.A.E diz que não há serviço gostava que entendessem que não é uma força de expressão. Fomos servidos pelo chef e dono. Todas as 6 mesas. Se os empregados fogem dali como o diabo da cruz, só posso dizer que os compreendo. Que é difícil arranjar que preste um bom serviço, também sou obrigado a reconhecer.
Como se resolve? Não sei. E se querem a minha opinião, estou-me a marimbar. Tenho outras preocupações. Quando vou jantar fora, disposto a gastar uma nota preta, num contexto de crise como o que vivemos, quero ser bem servido e comer bem. Os problemas do restaurante não são os meus. Por isso, não me compadeço, nem tenho pena nenhuma.
Da mesma forma que os clientes para quem trabalho querem um serviço completo, competente e profissional. Independentemente da Dona Zulmira, dos Ginetes, não ter vindo trabalhar hoje porque ontem confeccionou mal um foie gras para o seu marido e este lhe bateu com um cajado, tendo ido levar pontos ao Hospital.
Prestar um mau serviço é pior que não prestar nenhum. A minha mesa tinha 6 pessoas, sendo que o restaurante teria mais umas dez.
Entre 16 maus serviços, que poderão riscar de vez o Boca de Cena do mapa daquela dezena de pessoas, e mais aquelas que elas conseguirem contagiar, e não abrir a porta até ter condições de serviço, diria que a minha porta ficava fechada e aquelas 15 pessoas, das quais eu me auto-excluo, poderiam ainda ter curiosidade de lá voltar. Já para não falar que em vez de transmitirem a péssima impressão com que ficaram aos amigos, podia passar uma imagem muito mais positiva.
Mas pior do que isso foi a postura do Chef, que não querendo entrar por detalhes tipo revista Maria, com a qual este blog tem uma parceria privilegiada, foi técnica e eticamente incorrecta. Se existisse uma ASAE que avaliasse a postura daquele Chef, diria que ficaria inibido de conduzir durante uns bons anos. Ou pelo menos ficaria inibido de conduzir fora da garagem, que é como quem diz da cozinha.
Diria mesmo que se fosse seu patrão e ele fosse o único chefe do mundo erguia um muro de Berlim à volta da cozinha, não fosse ele atacar um cliente.
Mentira, não erguia um muro. Fechava o restaurante.
Podíamos e, claro, podemos pensar: lá está L.A.E com os seus exageros. Mas não. Exagero é ser tratado como somos em determinados restaurantes e achar que as coisas tem que ser assim. Exagero é o número de vezes que não pedimos o livro de reclamações. Exagero é a preguiça e a hipocrisia que nos levam a baixar a guarda e o critério, comendo com má educação, má formação e invariavelmente má comida.
Só expondo casos como este podemos vir a ter a esperança que o nosso serviço melhore. Um estudo recente realizado aos nossos turistas prova que o serviço que oferecemos é mesmo o pior que eles experienciam quando visitam os Açores.
Mas nós temos aquele velho síndrome do coitadinho. Não se diz nada por dois motivos. Ou por pena, ou por vergonha. Para L.A.E pena é termos um serviço tão vergonhoso.
Também seria legítimo pensar que se pode sofrer esta tortura para comer uma boa refeição. Mas não. Primeiro porque já estive em muitos locais onde não fui torturado. Por isso, sei que não tem que ser assim.
Por outro lado, também sei quando me servem uma boa refeição. E não foi o caso do que comi.
No Boca, a comida não é limpa no sentido de pureza dos sabores. Equivoco técnico atrás de equívoco técnico. O que sinceramente, não me admira. Ora se o Chef estava na sala, quem estava a cozinhar? O amigo invisível? O Ratatouille?
Nem pensar numa coisa dessas, pois o amoroso rato jamais serviria aquela comida, empastada no prato, como faziam os meus colegas de faculdade quando íamos a buffets e deixavam que eles se servissem.
O local é espectacular. Parabéns aos arquitectos. Tem uma disposição e localização 5 estrelas. Gostava de ir lá mais vezes. Leia-se: ao espaço.
Quanto ao restaurante que lhe confere a alma. Lamento, mas não é um restaurante.
Vivemos numa terra de equívocos, pois vejo-os constantemente e só a estupidez me inibe de ficar calado e insistir numa ideia: para comer/matar a fome as pessoas comem em casa, ou até têm muitos take aways onde ir. Não faltam.
Segundo o que se diz, nem faltarão empresas que irão promover a entrega de refeições em casa. Quem procura este tipo de soluções pretende um serão calmo e relaxado em casa, com a sua família e sem interferência de terceiros.
Quando eu me dou ao trabalho de me vestir, combinar com os amigos, e me disponho a pagar uma pipa de massa para jantar fora procuro muito mais que comer. Procuro uma experiência.
Sublinhando: uma experiência sensorial positiva, degustativa e agradável. Porque aquilo que o Boca me proporcionou também foi uma experiência. Uma má experiência.
Temos casos em que a diferença está num Danoninho, outros que nem com um prato cheio de papas de sarrabulho chegam lá.


Comentários

  1. Ui, e eu a pensar que o post sobre o Anfiteatro não teria um sucessor à altura!!! Venha daí a defesa do gerente do Boca de Cena!!! Vou já por as pipocas no micro-ondas =D

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  2. Caro Anónimo,
    Primeiro gostava de dizer que quem utiliza a expressão Ui! Só pode ser filho de boa gente. Não há coisinha que goste mais de escrever.
    Em segundo lugar, obrigado pelo comentário que revela que é um assíduo. Alinho nas pipocas, mas sem esperança que por aí venham comentários muito acima de: L.A.E é um estúpido de um anormal, o que para além de ser verdade, não alimenta muito a fogueira.
    Mas hey, pipocas serão sempre pipocas.

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  3. Um "UI!" fica sempre bem. Não é, lUIs?? =D

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  4. epá

    a minha especialidade é bife à regional (comer)

    mas diria que o bife do Alcides é tudo menos certo que nem um relógio (basta ver as vezes em que trocam os bifes dentro da mesma mesa)

    vai mais frito pa quem pede menos, e vice-versa, que é um lindo

    mas isso tb acontece mto no aliança (que ainda por cima tem uma horrível batata) mas isso é outra estória

    continua...

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  5. quanto ao BC (boca cena)

    tem esse grande problema do serviço

    mas a comida, sempre que se foi lá, gostou-se

    além de ter vinhos e cervejas interessantes (pa variar de carlberg e montes velhos que se serve por ai)

    mas prontes, gostos são gostos, e se fosse por mim o queiroz não era selecionador

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  6. Meu caro,

    Fiquei estupefacto, quando à poucos dias me disseram que você ó autor do Outdoor “Especial One ”, sinceramente com toda esta prosa critica, pautada por uma libertina opinião, que apesar de ter o crédito que tem, não deixa de ter piada, de tal forma que me leva a pensar que você teria muito mais futuro a escrever do que a obrar obras daquelas (foleira até dizer chega, não havia imaginação para mais ???), aqui fica a sugestão.

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  7. Caro La,

    adoro ficar uns dias sem passar por aqui , pois durante a ausencia sempre aparecem uns uis e uns fuleiros no sentido literal da palavra ....

    um forte abraço

    Pedro Botelho

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  8. Se me permite, não se escreve "fuleiros" mas sim "foleiros", o acordo ortográfico não chegou tão longe.

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  9. Caro já agora ..é este seu nome certo ?

    minhas sinceras desculpas , realmente nem fuleiros nem foleiros...

    mas intenção acredito eu ficou bem clara .

    a graça deste espaço , organizado e disponibilizado por LAE é exatamente falar de suas experiencias pelo mundo da comida/gastronomia e não sobre a vida privada de quem quer que seja,

    acho eu muito humildemente ,

    um abraço ortográfico ,

    Pedro Botelho

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  10. LA,

    não deixa de comprar o livro que te falei

    O Connaiseur acidental de Lawrence Osborne ,

    abraços

    Pedro Botelho

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  11. Caro Pedro Botelho,

    Não digo que provavelmente não utilizei força de expressão a mais, contudo não foi mais do que LAE aqui faz em relação ao trabalho de outros.

    Pela forma como escreve a sua critica, tinha-o em melhor conta, só isso!

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  12. Caro Já Agora Disse, tenho pena que já não me tenha em tão boa conta como antes. Afinal se conseguiu resistir a cerca de 66 posts de profunda estupidez e incoerência, sentir-me-ia tentando a acreditar que não iria capitular ao 67º. Junto ainda outro curioso facto: nunca ter comentado neste blog, o que me faz concluir que se não é amigo do louco cozinheiro do Boca de Cena, é o próprio.
    A amizade é uma coisa bonita. Muito bonita. E mais bonita é quando se sai em defesa dos nossos amigos mesmo quando eles não têm razão. Ou neste caso, quando prestam um mau serviço, são malcriados e servem uma comida sem personalidade ou sabor.
    Fica-lhe bem e ainda pode ser que lhe renda um peixe espada confeccionado no ponto mas sensaborão, ou mesmo um filet mignon de tal forma passado, que parece ser sola de um sapato.
    Peço desculpa se gosta destes pratos assim. Está no seu pleno direito. Tal como é do seu plano direito vir aqui escrever a sua opinião. Todos temos direito a uma. E a sua ficou aqui explícita.
    Daí até ser uma opinião credível, responsável (por sair do anonimato) vai uma distância muito grande. Basicamente a distância que vai do Boca de Cena a um bom restaurante.
    Mas vá mandando mais postais.

    Caro Pedro,
    É muito divertido reparar como as pessoas se deixam envolver por uma trama de palavras que para além de honestas, não são mais do que uma opinião. Muito provavelmente uma opinião muito mais fidedigna que alguma vez os próprios irão ter. Mas, hey! Eles não sabem disso e é daí que vem o gozo todo.

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  13. Tenha mas é juizo nessa cabecinha, eu ainda não tive opertunidade de ir ao Boca de Cena, muito menos de saber quem é o chefe que por lá anda.

    Quanto às visitas que faço ao seu blog, continuarei a faze-lo, e usando as suas palavras "provavelmente uma opinião muito mais fidedigna que alguma vez os próprios irão ter".

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  14. Caro Já Agora Disse, então se aceita um conselho, não vale a pena perder o seu tempo em ir ao Boca de Cena. Ao mesmo tempo que penso que ninguém devia perder tempo a vir a este blog. Porém a primeira está no limiar uma opinião técnica a segunda é apenas para manter coerência com o tom. Venham as visitas e os comentários. Por aqui não há censura, nem ofensa fácil.

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  15. Caro LAE,

    Cheguei ao seu blog pela cusquice inerente a qualquer um que frequenta o facebook e lê os comentários de conhecidos.
    Em jeito de coincidência, foi na mesma altura em queira ir jantar fora e me foi sugerido o restaurante Boca de Cena ( será um sinal?! ).
    Posto isto, e ouvindo opiniões positivas e negativas de lado a lado, decidi que irei experimentar.
    O meu problema com restaurantes é que mais dificilmente engulo um mau serviço/atendimento do que um prato mal temperado, por exemplo. Mas temos de nos pronunciar em relação a isso.

    Entretanto, parabéns pelo blog.

    R.Godinho

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  16. Olá R.Godinho.
    Obrigado pelo comentário.
    Fico com curiosidade de saber qual a sua opinião depois de ir ao Boca de Cena.

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  17. Ola novamente. Eu também ainda não tive possibilidade de ir ao boca de cena e também fiquei curioso de ir lá, já me falaram bem e mal. Engraçado que se comfirma aqui aquela máxima de não interessa falarem bem ou mal, o que interessa é que falem. Qualquer restaurante pode ter um dia mau de vez em quando, desde que o problema seja identificado e se resolva.
    portanto vou tentar ir lá brevemente e espero que já tenham arranjado pessoal para a sala:)
    Abraço

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