Qual o melhor hambúrguer de Lisboa se partirmos do princípio que não existe um bom hambúrguer em Lisboa?



Ainda há nada escrevia no http://ilhadamae.wordpress.com/ sobre o poder do clássico sobre as modas.
Repare-se que isto não novo vs velho. E a moda é importante, pois a moda lança algumas ideias sobre os clássicos do futuro. Digo isto sem ter total certeza, até porque se os clássicos serão sempre os clássicos, então não haverá espaço para os novos entrarem no clube dos clássicos. Mesmo assim, quando a moda nos apresenta algo de novo normalmente é criativo e original, mesmo que seja reciclagem. 
O problema é quando a moda é moda sem sabermos porque é moda, porque em si, de moda não terá nada.
É o que se passa com o pobre e velinho hambúrguer, que se parece ter transformado numa espécie de tábua de salvação da restauração nacional.
Não estão a inventar porra nenhuma de novo. É simplesmente mais do mesmo e mais do mesmo e mais do mesmo.
Nas conversas dos Lisboetas 70% do tempo é perdido a esgrimir argumentos porque é que os hambúgueres do Honorato eram os melhores, mas que agora já não são, porque os melhores são da hambúrgueria do bairro ou os do Avillez ou os do Sá pessoa. (A quem simpaticamente atribuem o título de piores. Também não é fácil ser o pior meio de tantos maus)
Convenhamos, nunca vamos chegar a nenhuma conclusão. Não existem tantas pessoas com ideias fantásticas para tirar o país da crise? E não continuamos na merda? A discussão dos hambúrgueres é mais ou menos a mesma coisa. Muito menos tem ponto de chegada, ou de partida. É uma moda sucedânea. A restauração aproveita e quando vier a próxima moda lá vamos nós transformar os botequins de hambúrgueres em pasteleiras de bacalhau. E claro está, perder 70% do nosso tempo a discutir qual o melhor pastel de bacalhau da cidade.

Falo, falo que a restauração micaelense é bife com batata frita e mau vinho do pico a acompanhar, mas lá fora não está muito melhor, são hambúrgueres manhosamente gourmet e a acompanhar um balde de água tónica com gelo e um pouco de essência de Gin. E claro, quase me esquecia, uma puta de uma baga de zimbro.

Comentários

  1. Olá Ana, obrigado pelos comentários e leituras. Tenho andado a escrever mais no Ilha da Mãe, embora tenha dificuldade em abandonar este que tenho de 2009. Mas a vibe anda mais pelo Ilha da Mãe.
    ;)

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