Jantar nº 6 do 10 Fest: Sim, o vinho estava muito bom.


(Por questões de agenda o Paulo Pacheco só nos conseguiu dar hoje a sua visão do jantar do Renato e Dalila do Restaurante Ferrugem. Por mim, este relato não peca por vir tarde, porque quanto a pecados houve só um: o jantar foi assim assim.)









Jogar em casa ou jogar fora não é certamente a mesma coisa – até a FIFA agora equiparada á TROIKA o reconhece e quem marca um golo fora em caso de empate vale por dois. Há diferenças com certeza e no 10 FEST … quase todos jogam fora.
Dalila e Renato Cunha do restaurante Ferrugem em Famalicão foram recentemente distinguidos pela revista WINE como Chef de Cozinha do Ano. As solicitações são mais que muitas e os projectos inúmeros. O facto de eles terem vindo aos Açores só nos pode orgulhar.
E começou o 6º jantar do 10FEST. 
E quando começa a sair o primeiro prato entreolhamo-nos com alguma supressa porque a sala cheirava a queimado. O cheiro vinha do prato: cavala fumada com chá da gorreana. Infelizmente o “fumo” parece ter sido demais e o aroma a queimado dominava o prato. Ainda assim deu para perceber que a cavala fumada ligava muito melhor com o ananás do que com o morango.
E agora vinha o grande “American Dream”, que é como quem diz, o sonho de qualquer chef que queira ser rico: fazer um prato que uma grande cadeia de distribuição o queira “encaixotar”  e comercializar. O conceito é fantástico, um pastel de nata em que a “nata” é o nosso bacalhau com nata. Acho a ideia genial e digna de ser qualificada como um bom exemplo do engenho Português. 
Veio o pastel numa caixa de cartão. Que mimo - penso eu, o pastel vinha torradinho por cima mesmo no ponto. Aqui vou eu e…..  squash, o pastel tem a massa crua :/ Pelos vistos não é só o meu por isso não vale a pena pedir outro.
Passamos ao caldo de feijão e arroz adubado com ossos de suã ( outra vez porco?) e pé de torresmo. Este ultimo estava banal e levei o prato todo a separar os pequenos ossos de suã. Valha-nos o vinho, um Branco de Tintas do Enólogo Antonio Maçanita que a todos maravilhou. 
O Cherne tinha óptimo aspecto mas em alguns pratos estava mal passado demais com um arroz tipo risotto com caldo de peixe e açafroa muito saboroso mas incapaz, pois o grão ainda estava algo rijo . Viva ao vinho que palpitou em força. O Rabo de boi seguinte já não conseguiria salvar a noite e só pude agradecer não o terem casado com o inevitável puré de batata, mas sim com uns impecavelmente fritos, chips de batata-doce. Estes últimos pareciam ter sido feitos por alguém que… joga em casa. A sobremesa foi uma selecção de queijos dos Açores com marmelada. Se eu fosse ao Ferrugem e me servissem esta sobremesa ia ficar orgulhoso dos produtos Açorianos, por terem sido escolhidos pelos Chefs do Ano para o seu restaurante. Ali e daquela maneira… Bolas eu faço melhor … em casa!




















Fotos EFTH

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