Mesa Marcada ou marcação cerrada ao Chef Aimé?

Não é o Zagat, muito menos é o Guia Michelin. São tão somente e apenas as escolhas do ano do Blog Mesa Marcada. Não sou um profundo apreciador da escrita, que poderia ser mais interessante e intelectualmente cativante. Mesmo assim, sou obrigado a reconhecer que talvez seja o mais sério blog sobre gastronomia em Portugal. E repare-se na engenhosidade destas observações, exatamente vindas pelo escritor de serviço ao blog menos sério sobre gastronomia em Portugal. Convenhamos que credibilidade é coisa que temos para dar e para vender, não só após este primeiro parágrafo, mas de forma generalizada nos quase 4 anos de existência deste blog. A lista dos dez chef’s, restaurantes, vinhos e enólogos preferidos do Mesa, transpira seriedade, credibilidade e um país apaixonado pelo José Avillez e pelo seu conto de fadas: Ora vejam lá se estrela Michelin não vem atrás de mim? E pela Niepoort, claro. E convenhamos, quem sou eu para contrariar, quando na realidade sou o primeiro a acreditar que o Avillez e o Dirk Niepoort são os melhores em Portugal no que fazem? Listas completas aqui. Cada vinho que abro é uma preciosidade tão grande como provar um prato do Chef do Belcanto. Mas estranho. Estranho o Aimé fora desta lista. E estranho muito. Ficar fora da lista dos dez melhores, bem como perder a estrela Michelin, fazem de 2012 um ano tão para esquecer para o Chef Franco Português como o será para qualquer contribuinte Português, incluído o próprio nesta dupla miséria. Apesar disso, e de não ir ao Tavares há algum tempo, a verdade é que o jantar que ele preparou no 10 Fest, estava no topo da sua forma e deu 10-0 ao Henrique Mouro, do Assinatura e que consta nesta lista. Mas enfim, uma coisa é o Ronaldo num jogo de exibição contra os amigos do Zidane e outra é o Ronaldo contra o Barcelona. E aqui estamos a fazer contas ao campeonato à séria e não ao excelente amigável de Verão que foi o 10 Fest. Posto isto, também estranho ligeiramente, mas assim mesmo ao de leve, a ausência do Pedro e o Lobo. Isto apenas porque muito se tem falado e badalado aquele simpático restaurante. Mas neste caso concordo. Não há espaço no top 10, nem sei se haveria no top 20. A refeição que lá tive começou bem, mas foi piorando a cada prato, revelando vários défices técnicos, que não podem existir num restaurante de topo. Para finalizar as minhas observações em relação àquela que considero a minha família dos eleitos, prezo muito ver o Vítor Sobral na lista dos 8 melhores Chef’s, mesmo não constando nenhum restaurante seu na lista dos 10 melhores. Como é óbvio, ele não tem jogo suficiente para aquela lista com as suas Tascas e Cervejarias. Não é por isso que deixo de gostar de lá ir, muito menos é por isso que o deixo de considerar um dos melhores Chef’s portugueses. Daí voltar a estranhar a ausência do Aimé, mesmo que o Tavares não estivesse à altura. Enfim, é tão bom e fácil esboçar polémica em cima da seriedade do trabalho dos outros, que nem me vou dar ao trabalho de escrever muito mais sobre isso.

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