Tenho um amigo que me ama.















E chama-se Fernando Neves.
Porque é que ele me ama? E só me ama a mim?
Vamos por partes. Primeiro porque alguém que faz uns hambúrgueres como o Neves os faz, só me pode amar. Mas como os faz para qualquer um que os queira comer, diria que ama a todos. E por igual.
Os hambúrgueres da confeitaria A Colmeia são fruto de uma mistura de 3 tipos de carne, que conferem uma textura única a esta iguaria.
É claro que para quem passou uma vida inteira a comer hambúrgueres congelados, comer um hambúrguer de carne fresca pode fazer alguma confusão.
A mesma confusão que faz ao adepto do Benfica, que sempre viu os jogos pela televisão e um dia vai ao estádio.
Talvez até a mesma confusão que deve fazer a um condutor que sempre andou em caminhos de terra, passar a andar numa estrada de alcatrão.
A verdade é que quando estamos muito habituados a uma coisa má, mas não conhecemos outra, aquela coisa má até pode parecer boa.
Para vos dar um exemplo pessoal, para além de adorar comida, sou publicitário e lembro-me de ver um anúncio que comunicava que os melhores hambúrgueres do país eram num bar de uma localidade da Ilha de São Miguel.
Esta é a prova de quem não conhece outra coisa para além do mau, pode considerar essa mesma coisa como sendo a melhor do país. Quiçá até do mundo.
Como pode um hambúrguer congelado, resultante do aproveitamento de carnes menos nobres, feitos por processo industrial, no limiar do mercenário pode ser uma coisa boa?
É por isso, que o Fernando nos ama.
Nos tempos que correm, alguém dar-se ao trabalho de investir no desenvolvimento de uma textura única, colocando chef’s, amigos e empenhando-se pessoalmente em todas as fases do processo, só o pode fazer por amor.
Servir um hambúrguer com 250 gr resultantes de uma mistura de três carnes de vaca fresca por preços que rondam os 7 euros é uma atitude digna de um Pai.
São 4 variações que o Fernando nos dá a provar. Corisco, Colmeia, Cogumelos e Czar. O Corisco é inspirado no nosso bife à regional, não fosse a tradição uma das características d’A Colmeia. O Czar é um molho especial feito com Verdelho do Pico e com queijo, não fosse a inovação outra das características. A qualidade une os 4 pratos, sendo que nos é dado a provar um excelente molho, que acompanha os espinafres no Hambúrguer à Colmeia.
Depois de vos apresentar estas excelentes ideias, só me resta dizer que é n’A Colmeia Confeitaria, ao jantar e ao fim de semana ao jantar e almoço que poderão degustar estas maravilhas. Garanto que pelas vossas bocas não passará mais um hambúrguer congelado. Mas mais. O bom vai passar a ser bom e o mau será irremediavelmente condenado a ser o que é. Mau.
Porque deveriam acreditar na opinião de uma pessoa, que ainda por cima é publicitário e um comunicador?
Não acreditem.
Formem a vossa própria opinião. Esta é a minha.

Comentários

  1. Muito bem sr.luis começo a ser adepto do seu blog tenho estado atento e dou-lhe os meus parabéns pela sua sabedoria e espírito critico continue.

    sponte

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  2. Maninha, diria em teoria que mesmo não gostando de hambúrgueres o Neves ama-te na mesma. Mas é só uma desconfiança. ;-)
    Sponte, obrigado pelos comentários. Esta casa ou bordel, como se entenda, é sua. Volte sempre.
    L.A.E

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  3. Caro vizinho,

    Gostei do post da mesma forma que gostei do hambúrguer. Isso porque não gostei da analogia do adepto do Benfica, “que sempre viu os jogos pela televisão e um dia vai ao estádio.” Se fosse no Estádio do Dragão! Isso sim é que é emotivo. Aquilo sim é que é um ambiente fantástico e contagiante. Na luz, só se ouvem assobios e só mesmo quando os adeptos da equipa adversária cantam: “slb, slb filhos da …”

    Ou mesmo a analogia do “condutor que sempre andou em caminhos de terra, passar a andar numa estrada de alcatrão.” Pois, eu como amante de rallyes não posso discordar mais consigo. Em terra é muito mais espectacular. Para ver e para praticar. Ummm! Aquele meu quintal chamado Remédios… mas mesmo para quem não gosta de rallyes, um bom caminho de terra é muito mais confortável do que uma qualquer auto-estrada. E tem muito menos desgaste – em pneus, por exemplo. Mas estou a falar de um bom caminho de terra – vejam o Rallye da Finlândia.
    Não gostei das analogias, da mesma forma que não gosto do atendimento que por vezes sou alvo lá.

    Mas já dizia ou Bettencourt: “ se tirarmos uma maçã podre, limpamos o resto do pomar!”

    Mas de resto tanto o post como o hambúrguer é do melhor.


    Quando ao outro suposto “melhor hambúrguer do país” é melhor nem abrir a boca.


    Tomei a liberdade de usar o cartaz no Candilhes, com a devida referência. Espero que não fique muito chateado.

    Um abraço.

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  4. Gosto da frase do panfleto: "todos os dias ao jantar e almoços aos fins-de-semana".

    Lindo! Faz com que o leitor pense umas quantas vezes e, entretanto, fica com fome para ir lá comer um hamburger. A língua portuguesa que se lixe.

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  5. Caro LA,

    ausente destas letras mas por boas razões como sabe.
    Mas venho aqui porque não consegui conter a minha indignação !!! assisti ontem via tv a cabo o programa do "Chef" Antony Bourdain gravado nos Açores ...estou LA simplesmente em estado de choque ...o que foi aquilo que aquele senhor gravou ???mais de quinze minutos do programa a gravar cup noodles com agua das furnas ? capuccino com agua das furnas ? são os mais novos pratos tipicos dos Açores ? será que a nossa culinária mudou ou fui eu que mudei ??ou será que não tem coisa melhor ...?? sim eu sei estou longe ...mas fazfavor...lastimável do iniçio ao fim ...e olha que nem vou falar das imagens gravadas , logo da nossa terra que tem paisagens para dar e vender ...
    uma pena ...gostaria muito de saber a sua opinião .
    Que fique registrada minha indignação .
    um forte abraço
    Pedro Botelho

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  6. LA

    e para complementar ...

    a coisa foi tão feia no dito programa que fico a imaginar o Sr.Augusto Gomes a dar voltas no tumulo pois suas Alcatras ,seu arroz de lapas ,etc,etc,..por exemplo sequer foram mencionadas ....a cozinha da Terceira então ,esta nem existe no mapa do Sr. Bourdain...

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  7. LA

    acabei de ler hoje em uma fila que não terminava nunca A morte do Gourmet da Muriel Barberry ...

    indico com prazer , delicioso literalmente ,

    abraços

    Pedro Botelho

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  8. Ainda não provei tal iguaria. Quem fornece a carne para tal confecção? LAE poderá dizer-me sem ter que me matar? Em relação ao bar situado em PF, é preciso perceber o porquê do seu gerente ter publicitado o facto dos seus hamburgers serem os melhores de Portugal: simplesmente porque os hamburgers do seu fornecedor foram distinguidos pela revista que tem nome de jogador de futebol como os melhores de Portugal e o referido gerente, espertinho como é, aproveitou-se disso. Recentemente parece que este mesmo gerente roubou o copy de uma campanha publicitária (Especial One/The Special One). Ou terá sido o contrário?Hum...

    Best regards!

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  9. Caro anónimo, obrigado pelo seu comentário. Felizmente, quer neste blog, quer no local onde trabalho não temos necessidade de copiar ideias de ninguém. Deus deu-nos o dom do raciocínio e usamos e abusamos dele.
    E em total tom de humildade também penso que ninguém terá a necessidade de nos copiar. Existem auto-estradas de raciocínio que nos fazem chegar ao mesmo destino. Se no fim das contas for mesmo copiado, só posso garantir que a minha consciência está tranquila, o mesmo já não direi sobre a consciência de quem copiou.

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